10 tendências de mudanças no trabalho


Pessoal,

recentemente o Gartner Group lançou um artigo em que ele apresenta 10 tendências de mudanças no mundo do trabalho para os próximos 10 anos. Segundo o Gartner, o mundo de hoje não é o mesmo de 20 anos atrás e que a natureza do trabalho testemunhará 10 principais mudanças até 2020. O artigo alerta para a necessidade das empresas se planejarem para ambientes cada vez mais caóticos e que estarão fora de seu controle direto e que essas 10 tendências exigirão grande capacidade de adaptação das empresas.

“O trabalho será menos rotineiro e será caracterizado por uma volatilidade e a necessidade de uma Hiper-conectividade” disse Tom Austin, vice-presidente e parceiro do Gartner.

Cabe aqui resgatar o que o autor Daniel Pink escreveu em seu livro: “O Cérebro do Futuro” em que considera que a era do “Lado esquerdo do Cérebro”, dominada por advogados – contadores e engenheiros de software, está ultrapassada. O futuro pertence a um tipo diferente de pessoa, com uma mente diferente : Designers, inventores, professores, contadores de história – pensadores criativos e empáticos que usam o “lado direito do cérebro” cujas capacidades determinam quem vai seguir adiante e quem vai ficar para trás. As características de volatilidade citadas acima pelo Gartner exigirão uma sociedade de pessoas criativas e empáticas, leitoras de padrões e produtoras de sentido, onde os principais personagens serão a figura do criador e do empático, cuja aptidão peculiar é o domínio da atividade cerebral do lado direito do cérebro.

Evolução-homem-trabalho

Seguem abaixo as 10 tendências apontadas pelo Gartner com meus comentários:

- Desrotinização do trabalho: O valor que as pessoas podem agregar ao trabalho não está nos processos que podem ser automatizados, mas sim em processos de trabalho não-automatizáveis, não lineares. Capacidades unicamente humanas serão necessárias como a capacidade de análise e de sintese, importantissimos para o processo de estratégia, além de trabalhar as descobertas, capacidade de inovar e aprender constantemente. É como sempre afirmo em minhas palestras, se você precisa de todas as informações para tomar decisão, você não é necessário, basta comprar uma máquina para processar essas informações e tomar a decisão no seu lugar;

- Trabalho em enxame: Aposta no conceito de colaboração, onde pessoas desconhecidas, mas com objetivos em comum, se reunirão por um determinado momento e resolverão um determinado problema. Logo após resolvido o problema, elas se dissiparão. Maior exemplo disso é o funcionamento das comunidades que atualizam o sistema operacional Linux.

- Ligações Fracas: Como disse Andrew McAfee no Fórum Mundial de Gestão e Liderança, organizado pela HSM em abril desse ano: “O network de trabalho é composto por um círculo pequeno de pessoas com quem temos laços fortes, que são as da mesma equipe ou que tem algo em comum conosco; outro maior, de laços fracos, com quem se tem contatos esporádicos; e os laços em potencial que são aquelas pessoas que tem em comum conosco apenas trabalhar na mesma empresa.” Navegando na sua rede de relacionamento pessoal, que envolve as redes sociais, profissionais ajudarão as pessoas a desenvolver e explorar os laços fracos e fortes e que, por sua vez, serão cruciais para sobreviver e explorar o coletivo (enxame) para o benefício do negócio;

- Trabalhando com o coletivo: Há grupos informais de pessoas, fora do controle direto da organização, que pode afetar o sucesso ou fracasso da organização. Esses grupos informais são unidos por um interesse comum, uma moda ou um acidente histórico. É como disse o professor Augusto Camargo em sua palestra no TED- São Paulo: “Não é um conjunto de pessoas que formam um coletivo, mas sim o que está entre eles, o que os conecta”. Essa conexão pode acontecer tanto dentro como fora das organizações. A questão é como trazer esse conhecimento e esse coletivo para dentro das empresas. O processo de influência exige a compreensão dos coletivos que potencialmente influenciam a sua organização, bem como as pessoas-chave nos grupos externos. Um exemplo de relacionamento entre empresas e comunidades coletivas é a relação entre a IBM e a comunidade Linux;

- Trabalhos informais: A maioria dos processos não-lineares também será altamente informal. Eles não seguirão padrões previamente estabelecidos. Não haverão receitas e nem scripts para serem seguidos. Isso exigirá o uso da criatividade em todos os sentidos. O problema é que criatividade não combina muito bem com regras e normas;

- Trabalho espontâneo: As pessoas querem escolher os projetos em que desejam trabalhar. Elas detestam ser escolhidas pelos projetos. A maioria das pessoas deseja apenas receber autonomia e condições para realizar um sonho. Querem dizer que elas fizeram algo que gerou uma transformação;

- Simulação e Experimentação: Diante da grande quantidade de informação existente no mundo atual, cada vez mais será valorizado o profissional que souber analisar essa enorme massa de dados e informações, fazendo experiências, simulações e combinando esses dados e informações para identificar novos padrões e compartamentos na economia. O ambiente simulado será construído a partir de tecnologias que consigam identificar como reunir elementos baseados na forma como as pessoas interagem com o conteúdo. As pessoas, por sua vez, têm a possibilidade de manipular uma série de parâmetros para reformular o mundo virtual;

- Caçadores de tendências: Devido a volatilidade do mundo dos negócios, cada vez mais ganhará importância nas empresas o tipo de pessoa que consegue enxergar padrões no meio de cenários desconexos, caóticos. É como identificar pessoas que, olhando para um monte de peças de quebra-cabeças espalhados pelo chão, consegue visualizar a figura que as peças montam. São pessoas que conseguem identificar as forças disruptoras por trás das mudanças que estão ocorrendo;

- Hiper-conectados: Hiper-conectividade interna e, principalmente, externa que envolve construir uma rede de pessoas e processos de forma a fazer com que a informação e as mudanças cheguem as empresas com maior facilidade. Isso terá implicação muito forte em como as pessoas trabalham e como a TI suporta ou aumenta essa conectividade;

- Meu local de trabalho: O local de trabalho está se tornando cada vez mais virtual, com as reuniões ocorrendo em diferentes fusos horários. Além disso, como escrevi em um post anterior sobre custo de transação( Leia mais sobre isso aqui), devido aos problemas enfrentados nas grandes cidades, como trânsito caótico e falta de segurança, as pessoas passarão cada vez mais a trabalhar a distância, diminuindo o custo de transação que envolve tudo que diz respeito ao seu deslocamento para o trabalho.

Quem quiser ter acesso ao relatório completo, acesse http://www.gartner.com/resId=1331623 . O problema é que você tem que pagar por ele U$95,00

As tendências acita citadas tem semelhança muito grande com a forma como o sistema operacional Linux é administrado, algo que o professor Mintzberg chamou de gestão minima em seu livro “Managing”. As comunidades do Linux são adhocracias supremas, envolvendo todo o potencial criativo de comunidades amplas. As pessoas vêm e vão. Elas entram, fazem as mudanças e saem, mas o sistema segue em frente e com uma coerência incrível. São organizações quase que totalmente auto-geridas.

A outra associação é a mais clássica e abordada em diversos posts desse blog(leia mais aqui). Trata-se de gestão a semelhança da Web 2.0 onde todos têm o direito de opinar, a capacidade conta mais que cargos e credenciais, as únicas hierarquias são as naturais e quase tudo é descentralizado.

Fonte: Blog do Marcelão

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