No que os planners estão pensando?


“Um evento que não fala de comunicação, mas de estratégia de negócio.” É assim que Ulisses Zamboni, diretor de planejamento da Santa ClaraNitro e presidente do Grupo de Planejamento de São Paulo, definiu a Conferência de Planejamento 2009. Realizado na última segunda-feira, 30, simultaneamente ao primeiro dia da Expo Management. Importante para entender a percepção dos planners das agências de comunicação.

A empresária Roberta Rivelino, da consultoria de head hunter The Talent Business, fez uma análise de como é vista a profissão dos planejadores hoje em todo o mundo e destacou: “No Brasil, as pessoas comem etapas. Na Europa, um profissional precisa ter bagagem de 20 anos para chegar a VP de Planejamento”. Segundo ela, em países como os Estados Unidos, o profissional da área já é tão bem-remunerado como o de criação.

Já Leonardo Ganem, presidente da gravadora Som Livre, mostrou como a empresa se posicionou para sobreviver em um ambiente ameaçado primeiro pela pirataria física e depois pela digital. “Notamos que ainda há coisas para fazer no mercado de CDs e DVDs começamos a tentar extrair mais valor dele”, disse. Entre outras frentes, a Som Livre investiu em voltar a trabalhar a música brasileira no exterior, em retomar a contratação de artistas próprios e em investir em nichos ainda pouco atacados pelo mercado ilegal, como o infantil e o religioso. “Piratear não é crime, mas é pecado”, brincou.

Em sua apresentação, Flavia da Justa, diretora de marketing da Oi, mostrou o case da empresa e disse que a marca ainda está em construção, pois tem só sete anos, e que a fórmula para se diferenciar de concorrentes que “têm muito mais dinheiro” é criar valor. Ela contou ainda que a empresa quase nunca faz filme institucional. “A gente acredita que ele não entrega nada para o consumidor.” Flavia detalhou também como a operadora conseguiu se apropriar do tema da liberdade, ao fazer campanha para o desbloqueio dos celulares.

Na segunda parte do evento, uma das apresentações mais disputadas foi do Head de Planejamento da JWT, KenFujioka. Ele destacou que a área de planejamento vale mais dentro de uma agência quando faz diferença no processo criativo. “O planejamento é uma disciplina de valor agregado. É preciso que os planejadores se envolvam mais com o produto final”, disse. A relação entre criativos e planejadores ainda é vista com ceticismo por parte da área de criação, na sua opinião. “A co-criatividade ainda é uma falácia. Podemos trazer os criativos para participar mais da estratégia”, desafiou.

Para encerrar, Brad Kay, presidente da SS+K de Nova York, abordou a questão das forças sociais que formatam e determinam o comportamento humano. A agência foi responsável pelas ações voltadas para jovens na campanha do presidente Obama. “É necessário identificar estas forças sociais, que não são tendências, pois são mais persistentes e não-transitórias, buscando na internet, pesquisando e coletando dados. Depois, a mente dos planejadores deve ligar suas marcas àquela força, com formas inesperadas para ampliar a mensagem”, destacou. E finalizou: “depois, é necessário transformar a força social em resultados e repetir tudo de novo, aprendendo com seus erros, cases e exemplos”

Fonte: HSM Inspiring Ideas - Leandro Ogalha

Posted in Marcadores: |

0 comentários: